segunda-feira, 9 de novembro de 2015

IHA em Poços de Caldas

NÚCLEOS DE ARTES:
POTENCIAL PARA ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
E IDENTIFICAÇÃO DE ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES?

Jacqueline Mac-Dowell Lopes Alves, SME/IHA, jacmcdowel@usp.br
Denise Palha, SME-Extensividade, denisepalha@rioeduca.net 
Cristina Maria Carvalho Delou, UFF, cristinadelou@id.uff.br


No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional criada em 1996 e revisada em 2010, quando alterou o Art.26, §2º, não deixando de garantir o ensino de artes como “obrigatório nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”, mas acrescentando que o ensino de arte deve se dar “especialmente em suas expressões regionais”. Flexibilizando o currículo para que pudesse ser levado em conta o contexto e a clientela de cada região, já que o Brasil tem proporções continentais, sendo a arte uma importante ferramenta para o desenvolvimento de capacidades e habilidades em seus principais eixos como as artes plásticas, artes cênicas, a dança e a música. Com o mesmo intuito, os Parâmetros Curriculares Nacionais, criados nessa mesma década, enfatizam: a “educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana: o aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer as formas produzidas por ele e pelos colegas, pela natureza e nas diferentes culturas.” Com uma visão de vanguarda, antes mesmo que essa legislação fosse posta em âmbito nacional, alunos e professores da Secretaria de Educação do Município do Rio de Janeiro criaram, na década anterior, projetos culturais na Rede, como a Mostra de Dança, o Festival da Canção das Escolas Municipais (FECEM), o Poesia na Escola, entre outros que culminaram em grandes eventos e em publicações. Diante da receptividade desses eventos culturais, a equipe do Departamento Cultural resolveu fomentar um pólo com oficinas de linguagens artísticas, criando, assim em 1992, o primeiro piloto do Núcleos de Arte, oferecendo oficinas no contra turno por professores que queriam desenvolver projetos com alunos interessados e que tinham aptidão em arte e educação física. No cumprimento da legislação, após a promulgação da LDB de 1996, iniciou-se um processo de concursos para professores formados e especializados nas disciplinas de linguagens artísticas, suprindo a exigência do currículo da educação básica (lê-se: Educação Infantil, Educação Fundamental e Ensino Médio), dando subsídios para uma educação de qualidade nos Núcleos de Arte e que rende atualmente outros tantos projetos premiados desenvolvidos pelas Unidades Escolares nas salas de aula, como pela própria comunidade local. Após esses vinte anos de êxito dos Núcleos de Arte, as políticas públicas cariocas criou a Resolução SME Nº 1222/2013, quando os núcleos viraram Unidades de Extensão Educacional da SME/RJ para a realização do trabalho de Centros de Pesquisa e Formação em Ensino Escolar de Arte e Esporte, desenvolvendo e difundindo “metodologias inovadoras no ensino da Arte e Educação Física Escolar.” Arte e Esporte como áreas de conhecimento aplicado e organizado com metodologia e planejamento diferenciado, oferecendo ao aluno alternativas que complementam o seu currículo, como exercício da cidadania, a participação em atividades esportivas, culturais, de iniciação cientifica, prevenção e promoção de saúde. Tendo atualmente oito Núcleos de Arte, distribuídos pelo município, vinculados as escolas de origem, alunos de outras Unidades da Rede podem ser matriculados e usufruir de sua filosofia. Com esse enfoque é possível identificar entre os alunos aqueles que procuram novos desafios e que se destacam por interesses em atividades criadoras, detectando os que possuem as altas habilidades e/ou superdotação. Objetivo Geral do estudo: identificar alunos com altas habilidades (AH) nos Centros de Artes. Problema: as metodologias desenvolvidas no trabalho experimental com forma, movimento, expressão, imagem e som, a partir de diferentes possibilidades de ver, sentir, tocar e produzir a Arte, diretamente com os alunos participantes dos Centros, propiciam a identificação de alunos com AH nas Artes? Hipótese: Núcleos de Artes são lugares propícios ao encontro de alunos com AH em Artes. Fundamentação teórica: Modelo de Diferenciação de Superdotação e Talento, segundo Gagné (2008), que visa a "transformação progressiva dos dons em talentos" pelo processo do desenvolvimento humano. O modelo afirma que 10% dos seres humanos apresentam capacidades naturais nos domínios mental (intelectual, criativo, social, perceptual) e físicas (muscular e controle motor) e tais sujeitos estão inseridos num contexto escolar de pesquisa e ensino escolar de Artes que pressupõe uma dinâmica relacional entre catalisadores ambientais: meios (físico, cultural, social), individuais (pais, pares, professores e mentores) provisões (enriquecimento currículo, pedagogia, administrativas, agrupamento, aceleração); e intrapessoais: traços (físicos e mentais) e gestão dos objetivos (consciência, motivação, volição) que agem simultaneamente, a partir das capacidades naturais, sobre o processo de desenvolvimento que envolve as atividades (acesso, conceito e forma), o progresso (estágios, ritmo e momentos marcantes), e investimento (tempo, dinheiro, energia), logo 10% dos seres humanos deverão apresentar talentos nos campos: acadêmicos, técnicos, C&T, Artes, Serviços Sociais, Administração/vendas, operações comerciais, jogos, desportivos e atletismo. Metodologia: pesquisa-ação. Sujeitos: pesquisadores, professores, pais e alunos. Coleta de Dados: entrevista coletiva e individual, questionários com perguntas semiestruturadas, instrumentos de identificação de alunos com AH na sala de aula. Resultados: serão informados ao Instituto Helena Antipoff – Centro de Referência Municipal em Educação Especial, para caracterização dos Centros de Artes como Centros de Atendimento Educacional Especializado em Artes.

Palavras-chave: Criatividade; Talento; Desenvolvimento Humano





Título do
 2.º trabalho:
NÚCLEOS DE ARTES: POTENCIAL PARA IDENTIFICAÇÃO E ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO A ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES

Autor(es)
Jacqueline Mac-Dowell Lopes Alves, SME/IHA, Denise Palha SME/Extensividade, Cristina Maria Carvalho Delou, UFF.

Eixo Temático
Inclusão dos alunos mais capazes / prática com alunos dotados e talentosos