NÚCLEOS DE ARTES:
POTENCIAL PARA ATENDIMENTO EDUCACIONAL
ESPECIALIZADO
E IDENTIFICAÇÃO DE ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES?
No Brasil, a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional criada em 1996 e revisada em 2010, quando
alterou o Art.26, §2º, não deixando de garantir o ensino de artes como
“obrigatório nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o
desenvolvimento cultural dos alunos”, mas acrescentando que o ensino de arte
deve se dar “especialmente em suas expressões regionais”. Flexibilizando o
currículo para que pudesse ser levado em conta o contexto e a clientela de cada
região, já que o Brasil tem proporções continentais, sendo a arte uma
importante ferramenta para o desenvolvimento de capacidades e habilidades em
seus principais eixos como as artes plásticas, artes cênicas, a dança e a
música. Com o mesmo intuito, os Parâmetros Curriculares Nacionais, criados
nessa mesma década, enfatizam: a “educação em arte propicia o desenvolvimento
do pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam um modo
próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana: o aluno desenvolve sua sensibilidade,
percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação de
apreciar e conhecer as formas produzidas por ele e pelos colegas, pela natureza
e nas diferentes culturas.” Com uma visão de vanguarda, antes
mesmo que essa legislação fosse posta em âmbito nacional, alunos e professores da Secretaria de Educação do Município do Rio de
Janeiro
criaram, na década anterior, projetos culturais na Rede, como a Mostra de
Dança, o Festival da Canção das Escolas Municipais (FECEM), o Poesia na Escola,
entre outros que culminaram em grandes eventos e em publicações. Diante da
receptividade desses eventos culturais, a equipe do Departamento Cultural
resolveu fomentar um
pólo com oficinas de linguagens artísticas, criando, assim em 1992, o primeiro piloto do Núcleos de Arte, oferecendo
oficinas no contra turno por professores que queriam desenvolver projetos com
alunos interessados e que tinham aptidão em arte e educação física. No
cumprimento da legislação, após a promulgação da LDB de 1996, iniciou-se um
processo de concursos para professores formados e especializados nas disciplinas
de linguagens artísticas, suprindo a exigência do currículo da educação básica
(lê-se: Educação Infantil, Educação Fundamental e Ensino Médio), dando
subsídios para uma educação de qualidade nos Núcleos de Arte e que rende
atualmente outros tantos projetos premiados desenvolvidos pelas Unidades
Escolares nas salas de aula, como pela própria comunidade local. Após esses
vinte anos de êxito dos Núcleos de Arte, as políticas públicas cariocas criou a
Resolução SME Nº 1222/2013, quando os núcleos viraram Unidades de Extensão
Educacional da SME/RJ para a realização do trabalho de Centros de Pesquisa e
Formação em Ensino Escolar de Arte e Esporte, desenvolvendo e difundindo “metodologias
inovadoras no ensino da Arte e Educação Física Escolar.” Arte e Esporte como
áreas de conhecimento aplicado e organizado com metodologia e planejamento
diferenciado, oferecendo ao aluno alternativas que complementam o seu
currículo, como exercício da cidadania, a participação em atividades
esportivas, culturais, de iniciação cientifica, prevenção e promoção de saúde. Tendo
atualmente oito Núcleos de Arte, distribuídos pelo município, vinculados as
escolas de origem, alunos de outras Unidades da Rede podem ser matriculados e
usufruir de sua filosofia. Com esse enfoque é possível identificar entre os
alunos aqueles que procuram novos desafios e que se destacam por interesses em
atividades criadoras, detectando os que possuem as altas habilidades e/ou
superdotação. Objetivo Geral do estudo: identificar alunos com altas
habilidades (AH) nos Centros de Artes. Problema: as metodologias desenvolvidas
no trabalho experimental com forma, movimento, expressão, imagem e som, a
partir de diferentes possibilidades de ver, sentir, tocar e produzir a Arte,
diretamente com os alunos participantes dos Centros, propiciam a identificação
de alunos com AH nas Artes? Hipótese: Núcleos de Artes são lugares propícios ao
encontro de alunos com AH em Artes. Fundamentação teórica: Modelo de
Diferenciação de Superdotação e Talento, segundo Gagné (2008), que visa a
"transformação progressiva dos dons em talentos" pelo processo do
desenvolvimento humano. O modelo afirma que 10% dos seres humanos apresentam capacidades
naturais nos domínios mental (intelectual, criativo, social, perceptual) e
físicas (muscular e controle motor) e tais sujeitos estão inseridos num
contexto escolar de pesquisa e ensino escolar de Artes que pressupõe uma
dinâmica relacional entre catalisadores ambientais: meios (físico, cultural,
social), individuais (pais, pares, professores e mentores) provisões
(enriquecimento currículo, pedagogia, administrativas, agrupamento,
aceleração); e intrapessoais: traços (físicos e mentais) e gestão dos objetivos
(consciência, motivação, volição) que agem simultaneamente, a partir das
capacidades naturais, sobre o processo de desenvolvimento que envolve as
atividades (acesso, conceito e forma), o progresso (estágios, ritmo e momentos
marcantes), e investimento (tempo, dinheiro, energia), logo 10% dos seres
humanos deverão apresentar talentos nos campos: acadêmicos, técnicos, C&T,
Artes, Serviços Sociais, Administração/vendas, operações comerciais, jogos,
desportivos e atletismo. Metodologia: pesquisa-ação. Sujeitos: pesquisadores,
professores, pais e alunos. Coleta de Dados: entrevista coletiva e individual,
questionários com perguntas semiestruturadas, instrumentos de identificação de
alunos com AH na sala de aula. Resultados: serão informados ao Instituto Helena
Antipoff – Centro de Referência Municipal em Educação Especial, para
caracterização dos Centros de Artes como Centros de Atendimento Educacional
Especializado em Artes.
Palavras-chave: Criatividade;
Talento; Desenvolvimento Humano
Título do
2.º trabalho:
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NÚCLEOS DE ARTES: POTENCIAL PARA IDENTIFICAÇÃO E ATENDIMENTO
EDUCACIONAL ESPECIALIZADO A ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES
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Autor(es)
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Jacqueline Mac-Dowell Lopes Alves, SME/IHA, Denise Palha
SME/Extensividade, Cristina Maria Carvalho Delou, UFF.
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Eixo Temático
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Inclusão
dos alunos mais capazes / prática com alunos dotados e talentosos
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